Exercício Produção Conjunta

A Empresa Industrial de Rações, SA produz, em regime de produção conjunta, as rações tipo A e tipo B que comercializa no mercado, após operações de embalagem, ao preço de venda unitário de 3,75€/kg e 4,80€/kg, respectivamente. No ponto de separação obtém, para além dos produtos A e B, o subproduto S que vende a um cliente ao preço de 1.250€/tonelada e o resíduo R que manda destruir pagando 1.500€/tonelada.
Em certo período N venderam-se 80 toneladas de A e 96 toneladas de B e 12 toneladas de S. Os stocks iniciais eram nulos e no final do período havia 4 toneladas de B. Obtiveram-se 20 toneladas de R. A contabilidade apurou €495.000 de custos de matérias e materiais directos e gastos de conversão acumulados no ponto de separação e operações específicas de embalagem na fábrica de A e B no montante de €60.000 e de €80.000, respectivamente.
A empresa reparte os custos conjuntos em função do valor de venda relativo no ponto de separação e mensura o subproduto pelo critério do lucro nulo. O custo das vendas da demonstração de resultados por funções do período N foi de?

Resolução:

Em primeiro lugar temos de identificar todos os valores essenciais para a resolução deste exercício e listá-los:

Qv Ef PA Pv Unid
A 80 0 3.750 € TON
B 96 4 4.800 € TON
S 12 0 1.250 € TON
R 20 Custo: 1.500 €/TON
Custos
Conjuntos 495.000 €
Subproduto Lucro Nulo

O segundo passo será apurar o custo a atribuir ao Subproduto tendo em conta o critério valorimétrico utilizado pela empresa: Lucro Nulo:

  • Vendas: 12 Ton x 1.250€ = 15.000€
  • CIPV: 15.000€ (atribuímos o valor exato das vendas para que a MC seja nula)
  • Margem Contribuição: 0€

Agora estamos em condições de apurar os Custos Industriais de Produção Acabada:

Ração Valor Venda  C. Específicos VVPS % C. Conjuntos CIPA CIPA Unit.
A 300.000 € 60.000 € 240.000 € 37,50% 191.250 € 251.250 € 3.140,625 €
B 480.000 € 80.000 € 400.000 € 62,50% 318.750 € 398.750 € 3.987,500 €

Notas:

No Valor de Venda temos de considerar a produção do período em análise e não a quantidade vendida. No caso da Ração A não há diferenças porque a quantidade vendida é igual à produzida. Para a ração B há stock final em armazém de 4 TON, logo a quantidade a considerar é 96 + 4 = 100 TON.

Nos Custos Conjuntos a repartir temos de ter em conta os vários custos resultantes da produção da ração:

  • Custos de matérias e materiais directos e gastos de conversão
  • Custos de destruição de Resíduos
  • Retirar o custo que atribuímos ao Subproduto

Custos Conjuntos a repartir: 495.000€ + 20 TON x 1.500€ – 15.000€ = 510.000€

NO CIPA devemos incluir os valores dos custos conjuntos mais os custos específicos industriais.

Para terminar e respondermos à questão, construímos a Demonstração de Resultados por Funções até à Margem de Contribuição:

A B S Total
Vendas 300.000,00 € 460.800,00 € 15.000,00 € 775.800,00 €
CIPV 251.250,00 € 382.800,00 € 15.000,00 € 649.050,00 €
MC 48.750,00 € 78.000,00 € 0,00 € 126.750,00 €

 

TS

37 Replies to “Exercício Produção Conjunta”

  1. Boa noite. Ainda bem que vi este exercicio pois andava a partir a cabeça com ele. Se nao fosse pedir demais, nao me resolvia e publicava o exercicio 44 deste mesmo exeme de Junho de 2013? Desde já o meu obrigado

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    1. Olá Susana,

      Então o valor do CIPV é calculado da seguinte forma: EiPa + CIPA – EfPa
      Uma vez que não há Existência Inicial e há Stock final de 4 Ton. Apenas se vendeu 96 Ton das 100 produzidas. Logo, o CPIV resulta da aplicação da seguintes fórmula:
      CIPV = CIPA unit. x Qvendida = 3.987,5€ x 96 TON = 382.800€

      Cumps,
      TS

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  2. Como comentar a seguinte afirmacao: Geralmente a informacao sobre os custos conjuntos proporcionada em regime de producao conjunta nao permite tomar decisoes de gestao, relativamente a cada um dos produtos individualmente considerados.

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    1. Olá Julie,

      a produção conjunta é um sistema de produção do qual resultam dois ou mais produtos, daí os custos dessas secções/centros de custos terem de ser repartidos pelos diferentes produtos que originaram. Logo, o regime de produção conjunta não impede a tomada de decisões para a gestão, contudo é necessário recorrer a um critério válido para repartição dos custos pelos diferentes produtos, normalmente utiliza-se o VVPS (Valor de Venda no Ponto de Separação). Que resulta no valor da venda menos os custos específicos de cada produto.

      Cumps,
      TS

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  3. Ola Tania, tenhos alguns exercicios da minha universidade sobre essa materia e queria enviar ao seu email ou algo parecido para tu me ajudares a fazer resolucao dos exercicios que eu nao estou a conseguir entender bem essa materia de producao conjunta e tenho exame daqui a 2 dias

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      1. eu quero enviar no seu email pq sao 3 exercicios, por favor envie so o seu email p ser mais facil enviar os exercios em anexo via email

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  4. boa noite tania sera que tbem posso enviar minhas duvidas sobre a cadeira de contabilidade de gestão??? tens um email onde posso esclarecer minhas duvidas????

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  5. Boa tarde tania, quero desde já agradecer pela ajuda que me têm dado através deste site. Estou com duvidas em responder o exercício abaixo, será que me podia ajudar?

    A empresa X, SA, dedica-se à produção conjunta dos produtos Alfa e Beta a partir da matéria
    M, sendo Beta sujeito a operações de conversão específicas antes de ser dado por concluído
    e dando origem ao resíduo T que a empresa manda destruir por uma empresa especializada
    G. Na produção conjunta obtém-se necessariamente o subproduto R, que é vendido a um
    cliente ao preço de €65/ton.
    Relativamente ao período N a empresa produziu 2.400tons. de Alfa e vendeu 2.000 tons. a
    €300 cada e produziu e vendeu 1.500 tons. de Beta a€380 cada. Obteve 200 tons. de R e
    pagou €12.000 a G pela destruição de T.
    No mesmo período, comprou 5.400 tons. de M a €125, de que utilizou 5.000 ton. Os gastos
    de conversão da produção conjunta somaram €338.000 e os gastos de conversão específicos
    de Beta foram €78.000.
    Sabendo que a empresa reparte os custos conjuntos em função do valor de venda relativo
    no ponto de separação e mensura o subproduto pelo lucro nulo, o custo unitário de
    produção de Alfa de N foi:
    a) €235,75.
    b) €342,50.
    c) €237,50.
    d) Nenhuma das anteriores.

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    1. Olá Sónia,

      junto a resposta para sua análise:

      VVP C. Especificos VVPS % Custos Conjuntos C. Especificos CIPA CIPA Unit
      Alfa 720.000,00 € 720.000,00 € 60,00% 570.000,00 € – € 570.000,00 € 237,50 €
      Beta 570.000,00 € 90.000 € 480.000,00 € 40,00% 380.000,00 € 90.000,00 € 470.000,00 € 313,33 €
      1.200.000,00 € 950.000,00 € 1.040.000,00 €

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      1. Olá Tânia,

        O seu exercício de Produção Conjunta foi espectacularmente esclarecedor para desbloquear outro do género e sobre o qual tentava o êxito em vão. Um obrigadão do tamanho do mundo.

        Agora, neste, e na boleia da resposta que deu à Sónia, não consigo encaixar os seus 3 últimos valores com os títulos da coluna; o que são esses valores? E no produto Beta, penso que duplicou os 90.000 de Custos Específicos (mera questão de apresentação ?? pois não afectou CIPAs! Será?). Por outro lado, onde coloco 50.000 de Matéria M (125€ x 400 de 5400 – 5000) que não foram utilizados?

        Muito grato pela atenção que ainda (me) possa dedicar a esta causa. Muito, muito obrigado.

        Os meus cumprimentos
        António

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      2. Olá António,

        Sim, de facto os Custos específicos aparecem repetidos por uma questão de apresentação, mas só devem ser considerados uma única vez para o cálculo do CIPA.
        Em relação à MO não utilizada calcula-se e assume-se como Existência Final de Matéria. que será utilizado no período seguinte.

        Obrigada
        Tânia Saraiva

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  6. ola Tânia Saraiva. Vi esta pagina e gostei bastante visto que estou a fazer a licenciatura e estou no segunda ano. Agradeço todo o detalhe e explicação que deste.
    No próximo semestre deverei vir aqui pedir ajuda se assim o poderes fornecer porque vou ter contabilidade gestão 2.

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    1. Olá.

      terei todo o gosto em ajudar. Qualquer dificuldade que tenha pode sempre enviar por email com a sua resolução que terei todo o gosto em orientá-lo.

      Cumps,
      TS

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  7. Ola Tania, poderia ajudar-me a fazer este exercicio eu tentei resolver mais ???
    A Sociedade de Carnes do Montijo, Lda, dedica-se à produção de carne fresca – CF – e de salsichas (tradicional –ST- e fina – SF) que comercializa no mercado nacional e exporta também para o estrangeiro.

    Da produção de CF obtém o subproduto X na proporção de 10% do produto acabado e que mensura pelo critério do lucro nulo.

    A Fábrica está organizada por setores a que correspondem contabilisticamente atividades (cost pools) e segue o sistema de custeio total. Definiu para efeitos de custeio três atividades fabris principais: Desmancha e desossa, Cozedura e fumagem e Empacotamento e dois cost pools secundários ou de apoio – Conservação e Serviços Gerais.

    A carne fresca é obtida e transformada nos setores Desmancha e Desossa e Empacotamento. As salsichas – tradicional e fina – são obtidas nas secções Cozedura e Fumagem e Empacotamento. O subproduto é obtido após as operações de empacotamento e não sofre qualquer tratamento posterior, sendo vendido a 1,3€/kg mas a empresa suporta gastos de transporte e embalagem de 0,3€/kg.

    Para além dos sectores fabris referidos existem ainda o setor de Conservação cujo cost driver é a Hh e o setor Serviços Gerais cujo cost driver é o número Kgs. transformados na Fábrica.

    Os gastos não fabris são distribuídos pelos setores Departamento Comercial, Gastos de Administração e Departamento Administrativo.

    Em novembro de 2018 a Contabilidade Analítica recolheu as seguintes informações:

    a) Vendas

    Produto Mercado nacional Exportação

    – CF 17,5 tons. a 9,6€/kg –
    – ST 20 tons. a 8,8€/kg 9 tons. a 8,5€/kg
    – SI 10 tons. a 9,6€/kg 12 tons. a 10,5€/kg

    b) Gastos comerciais variáveis

    A empresa paga comissões sobre as vendas de 2% no mercado nacional e exportação, despesas alfandegárias de 1% sobre os produtos exportados e 2% de despesas de transporte no mercado nacional e exportação.

    c) Compras e stocks iniciais

    Não havia stocks no início do período e as compras foram:

    – M2: 55 tons. a 5,0€/kg
    – M2: 46 tons. a 5,2€/kg

    d) Produção

    – CF: 18 tons.
    – ST: 30 tons.
    – SI: 22 tons.
    – S: 900 kgs.

    e) Gastos de conversão

    A Contabilidade Financeira proporcionou os seguintes gastos diretos relativos às atividades da Fábrica:

    Desmancha Cozedura Empacotamento
    e desossa e Fumagem

    – Remunerações 16 200€ 12 400€ 7 000€
    – Eletricidade (kWh) 40 000 12 600 7 000
    – Água (m3)
    – Materiais conservação 1 500€ 1 200€ 1 300€
    – Diversos 1 900€ 1 100€ 520€

    Conservação Serviços Gerais

    – Remunerações 4 200€ 7 800€
    – Eletricidade (kWh) 1 000 6 000
    – Água (m3) 1 200
    – Materiais conservação 500€ 1 440€
    – Diversos 100€ 1 480€
    – Ferramentas ligeiras 500€

    O kWh custou 0,2€ cada e o m3 da água custou 0,4€ cada.

    A Conservação aplicou a seguinte atividade:

    – Desmancha e Desossa ……………………………. 120 Hh
    – Cozedura e Fumagem ……………………………..100 Hh
    – Empacotamento…….. …………………………… 70 Hh
    – Serviços Gerais……………………….. …………. 10 Hh
    – Departamento Comercial…………… …………… 20 Hh

    A empresa periodiza mensalmente as depreciações cujos montantes anuais calculados pelo método da linha reta são (em euros):

    – Desmancha e Desossa – 12 000
    – Cozedura e Fumagem – 16 560
    – Empacotamento – 9 600
    – Conservação – 9 000
    – Serviços Gerais – 16 800
    – Gastos de Administração – 54 000
    – Departamento Comercial – 72 000
    – Departamento Administrativo – 37 200

    O seguro de incêndio é também periodizado nos mesmos moldes e a estimativa anual é (em euros):

    – Desmancha e Desossa – 3 600
    – Cozedura e Fumagem – 4 320
    – Empacotamento – 1 920
    – Conservação – 1 800
    – Serviços Gerais – 16 800
    – Gastos de Administração – 4 800
    – Departamento Comercial – 2 160
    – Departamento Administrativo – 1 920

    f) Consumos

    – A Fábrica teve os seguintes consumos:

    Matéria prima (kgs.) CF ST SI

    – M1 11.000 20.000 13.500
    – M2 8.000 10.100 8.600
    – Atividade dos setores (cost drivers):

    – Desmancha e Desossa 1.500 – –
    – Cozedura e Fumagem – 800 1.000
    – Empacotamento 700 900 1.200

    e) Gastos não fabris

    Durante o mês a Contabilidade recolheu as seguintes informações:

    Gastos de Departamento Departamento
    Administração Comercial Administrativo

    – Remunerações 13 600€ 12 800€ 11 800€
    – Eletricidade (kWh) 500 600 350
    – Água (m3) 60 100 120
    – Conservação 1 500€ 1 250€ 400€
    – Deslocações e estadas 1 600€ 2 720€ 200€
    – Despesas representação 2 300€ 3 460€ 160€
    – Material escritório 160€ 180€
    – Publicidade 8 000€
    – Depreciações e amortizações ? ? ?
    – Seguro de incêndio ? ? ?
    – Diversos 200€ 180€ 160€

    Os gastos de financiamento do mês somaram 27 280€.

    I. Pedidos:

    a) Parte prática: Elabore o mapa dos gastos de transformação do mês de novembro.
    b) Construa o mapa dos custos de produção do mesmo mês.
    c) Elabore a demonstração de resultados do mês para a gestão, individualizando cada um dos produtos faturados.

    II. Sabendo que a empresa decidiu adotar o custeio variável, elabore os mesmos mapas.

    Para o efeito considere o setor Serviços Gerais de custos fixos e as seguintes a naturezas fabris variáveis:
    – Eletricidade
    – Água
    – Materiais conservação
    – Diversos

    Agradeço

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